história
O Pavilhão de Observação, também conhecido como Pavilhão de Admissão, foi criado pelo decreto nº 1.559, de 7 de outubro de 1893, e tinha por finalidade avaliar gratuitamente os suspeitos de alienação enviados pelas autoridades públicas. Sua direção ficou a cargo do professor catedrático de Clínica Psiquiátrica e de Moléstias Nervosas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, João Carlos Teixeira Brandão (primeiro catedrático de Psiquiatria no Brasil). Com o passar dos anos, mudanças ocorreram quanto à nomenclatura do pavilhão. Em 1911, pelo decreto nº 8.834, de 11 de Julho de 1911, este foi denominado Instituto de Neuropatologia. Na década seguinte, em 1927, ocorre nova reestruturação da assistência a alienados e a instituição passa a chamar-se Instituto de Psicopatologia. Posteriormente, em 1938, o instituto é transferido para a recém-criada Universidade do Brasil, a fim de formar o que ainda hoje é o Instituto de Psiquiatria.
Acervos documentais
Registros Médicos do antigo Pavilhão de Observação. É composto, numericamente, pelos seguintes itens:
8 livros de matriculas de entrada, saída e diagnóstico dos pacientes - quatro para homens e quatro para mulheres (1894-1945). São volumes encadernados e com folhas editadas em gráfica, onde foram manuscritas as seguintes informações: nome, cor, nacionalidade, entrada, saída, diagnóstico e observações. Todos os pacientes que adentraram na instituição foram registrados nestes volumes. Estes documentos trazem detalhes sobre a evolução do diagnóstico dos transtornos mentais ao longo das décadas;
627 livros de observações clínicas (1896-1946) encadernados, com uma média de 63.500 registros manuscritos. Os primeiros livros assemelham-se a cadernos e as informações neles contidas não são padronizadas. De 1904 a 1908 as informações já obedecem a uma padronização. A partir de 1908, os registros passaram a conter fotografias dos pacientes e os dados sobre eles foram anotados em dois modelos diferentes de fichas impressas: um completo para a primeira internação e outro contendo apenas os dados principais do paciente no caso de seu retorno à instituição. Originalmente estas fichas eram arquivadas em pastas soltas. Em seguida, o material foi encadernado em formato de "livro", obedecendo à ordem cronológica das fichas, que deu origem aos chamados "livros de observações clínicas". Estes livros são bem completos, mostrando com riqueza de detalhes as informações sobre o aspecto físico e psicológico do paciente, além do tratamento da doença diagnosticada. Reúnem fotografias, exames clínicos, testes psicológicos, cartas pessoais e recortes de jornais de época. Cabe ressaltar que existem 168 recortes de jornais (1909-1945) com matérias sobre os pacientes, relatando o motivo pelos quais eles foram internados e particularidades sobre cada caso específico;
9 fotografias referentes ao Hospício Nacional de Alienados - estrutura arquitetônica e equipe profissional;
5 negativos de vidro e 23 diapositivos de vidro referentes à viagem oficial realizada pelo médico Plínio Olinto aos estabelecimentos psiquiátricos da Argentina e Uruguai para verificar o progresso dessas instituições. A viagem foi realizada em 1913, a pedido de Juliano Moreira, diretor do Hospital Nacional de Alienados.
Instrumentos de pesquisa, guias e publicações
Os livros de observações clínicas e os livros de matrículas do Pavilhão de Observação, por possuírem conteúdo informacional de acesso restrito (registros de pacientes), foram referenciados na Base Minerva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por volume físico, de acordo com as regras do AACR2 e MARC 21. Tais procedimentos foram adotados segundo os critérios definidos pela instituição, que visam disponibilizar - on line - de forma uniforme, todo o acervo pertencente às suas diferentes unidades acadêmicas.
As fotografias, os negativos e os diapositivos de vidro também são catalogados de acordo com as regras do AACR2 e MARC 21. Os cabeçalhos de assunto, na medida do possível, seguem as normas do DeCS (descritores em ciência da saúde). A catalogação deste tipo de material está inserida na Base Minerva.